quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Alguns passos

Depois de alguns passos, parei para observar o que estava a minha volta. Decidi em primeiro lugar vê o que deixei para trás...
No gênesis, dei conta que enquanto os segundos transformavam-se em minutos, os minutos em horas e horas em dia, ia perdendo os sentimentos mais puros, minha ingenuidade foi por mim esquecida, minha espontaneidade esquecida, meus instintos esquecidos.
Junto aos meus companheiros fieis, veio à mudança. Caminhei em passos dolorosos em uma direção promissora, inovação!  Mas eu só enxergava aquilo como uma fuga, do quê e por quê, não compreendia!
Deixei para trás o meu porto seguro.
No novo minha visão abarcava somente saudades. O vinculo mais forte começou a ceder. Dizem que toda mudança é acompanhada por dor, mesmo não sabendo o significado disso, eu já sentia.
O tempo passou lento, as pedras íngremes no meu caminho começavam a me incomodar. Apareceram muitos coadjuvantes, cada um colaborou de alguma forma nessa fase da minha vida. Apareceram também muitos vilões, dos mais perversos, daqueles que nem o super-homem consegue derrotar.
Minha imaginação era o meu refugio, nela encontrei um solo fértil onde eu podia plantar o que eu quisesse, sem temer o desperdício ou a decepção, em minha mente ainda não tinha juízo de valores, apenas colheitas.
As felicidades e tristezas se confundiam, o mar estava revolto e manso, e eu com meu barco a navegar. O contato das ondas com minha pele, transmitia a frieza  daquelas águas. Só implorava para sair. E o vinculo cada vez mais fraco.
Apegando-me a ilusões fui conseguindo atravessar esse oceano, acomodei-me ao lado, provisoriamente, meus companheiros fiéis, deixaram de suportar e decidiram ir viver noutro lugar.
O vinculo nesse plano se desfez e eu choro! Agora só restam lembranças!
Precocemente iniciei minha compreensão, fui tentando entender erroneamente o porquê! Ali eu criei minha personalidade, formei meu caráter, quimérico pensei entender a vida! Assim de explorador me fiz observador. Planejei todo meu percurso nessa realidade, criei supostas vitórias sem lutar. Dizia-me sábio sem saber! 
Deparei-me, com atitudes que me revoltaram. Delas me fiz mártir. Fui crucificado muitas vezes, na maioria pelos meus “aliados”.  Julgado! É a culpa do inocente! Aprendi a conviver e aceitar!
Ganhei a mais bela dádiva divina, uma vida!
Em minha aprendizagem, participei de vários magistérios, cada um com sua filosofia. Foi  interessante. Todos foram especiais, mas teve um que se destacou. Nele encontrei abrigo, aliei-me ao quarteto.
Nunca tive sorte na amizade, o quarteto foi uma experiência que deu certo, eles me dedicaram ajuda, escutaram-me no desabafo, aconselharam-me e participaram dos momentos inesquecíveis.
Nunca vai está bom o bastante, a ganância nos leva para um estágio superior, um nível onde só os melhores permanecerão. Nem sempre o certo é o melhor, segundo alguém “os fins justificam os meios”, faça o impossível para que se torne possível.
Quando o quarteto se tornou forte, à distância nos venceu, mais uma vez, tive que me acostumar com a saudade.
Observação: ao longo desses anos me apaixonei, amei e me ferrei, a solidão se tornou minha amante.

Acho que descrevi o melhor que pude o meu passado, estou no presente:
Agora retornei ao meu porto seguro, que já não é tão seguro! Personagens adentraram em minha história sem pedir licença.
Meus companheiros fiéis ficarão ausentes por uns parágrafos.
 Meu deus! Estou sozinho. Sou responsável inteiramente por minhas atitudes. Que momento esperado, voarei por todo lugar, sem me preocupar se eles (meus companheiros fiéis) reclamaram. Sou um barco sem âncora... Que perigo!
Meu barco deslizava-se no mar, a calmaria me manipulava, relaxei... Até demais. Quando abri os olhos, não havia mais tempo. Na minha frente o mar era puxado para baixo, e com ele foi o meu barco.
Consegui uma segunda chance, meus companheiros fiéis agora estão de volta, como meus tripulantes, me auxiliando na embarcação.
Das personagens uma foi a mais intrometida. O destino estava nas mãos dela, e ela fez o que bem entendia; nossos caminhos se cruzaram num dia qualquer, num momento qualquer, para um motivo qualquer... Engraçado esses momentos “qualquer” são os mais especiais, pelo menos para mim foi!
Conheci também uma das pessoas mais interessantes já existentes, uma pessoa normal, de beleza normal, mas uma das mais maravilhosas flores. Queria pega-la, regá-la e ficar a contemplá-la pela eternidade. Ficar ali notificando tudo que ela ensina ao mundo!
Os ventos estão mudando, hoje quando não estou cego pela minha ignorância, vejo quantos amigos tenho, agradeço!
Pelos que já foram; pelos que estão aqui e pelos que virão. Pelos que passaram rapidamente e pelos que ficaram para sempre. Pelos que me ergueram, pelos que me derrubaram e pelos que me ajudaram a reerguer; agradeço a todos vocês!
E o futuro cabe somente a Ele!

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